O Frio brinca de esconde-esconde comigo. Minha cidade natal é o Rio 40 Graus. Mas sou louca para ver a neve, para tocá-la, caminhar por ela e me deliciar com a visão do branco mais puro e gelado do mundo... (aliás, branco é a minha cor favorita). Nem sei se terei esta oportunidade, mas eu desejo tanto!... Com certeza, teria o maior resfriado alérgico... mas o sonho, desde a infância, seria realizado.
Nesta época, sempre penso em Meryl assim como na foto: bem quentinha, toda agasalhada em pelos, couro e nylon, botas, e só aquele pouquinho de rosto à vista... tão menina e bonita, querendo passar desconhecida, na multidão - o maior de todos os impossíveis. A essência de Meryl é algo translúcido, mas intensamente energético. Quem cruzar uma rua e a encontrar logo a reconhecerá, ainda que, quase por inteiro coberta, para se proteger do Frio. E tem mais: nem o mais severo Inverno poderá impedir que Sua Lindeza Real saia de casa, para se encontrar com a amiga de todos os seus invernos: a neve.
Balada da Neve - Gil Vicente
Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim.
Será chuva, será gente?
Mas gente não bate assim...
É talvez a ventania...
Mas há pouco, há poucochinho,
Nem uma agulha bulia
Nos pinheiros do caminho.
Fui ver. Era a neve.
Branca e leve,
Branca e fria.
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