quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O olhar febril de Meryl Streep



         "Sob o Domínio do Mal" - 2004

        É uma hipnose letal. Nessas horas o Talento de Meryl explode, atinge quem ela fita com esses olhos penetrantes. Talento poderoso, violento, insano. Seu olhar febril grita  desejos inviáveis, incandescentes e torturantes, que atormentam o corpo e a alma da mulher apaixonada que não pode se manifestar, não pode revelar a volúpia que a domina e consome. 
       Tabu! A maldita barreira... a proibição convencional determinada pelos costumes sócio-religiosos - às favas com eles!... Imagine: ela, a Senadora Shaw, família tradicional de políticos influentes... quem poderia imaginar que a mãe extremosa, a poderosa Eleanora, além do Amor, se consumisse de uma paixão intensa... pelo próprio filho?!... Terrível!
        Muito bem. E então, como poderia Meryl sair de dentro desta personagem assim, de repente, do nada?! Que Talento infinito! Mas... e a Emoção? Como controlar essa Emoção tão forte, tão clara aos olhos do mundo? Não era uma carga emocional de profissão, não! Era a Emoção torrencial de Meryl Streep, que sempre jogou com a própria vida, em todos os seus papéis! Como frear o instinto estimulado? Como controlar a vontade? Como estancar toda aquela pressão? O que fazer com ela?!...
        Tenho pensado que a fúria que acometia a Senadora Shaw era causada por aquela paixão louca, não resolvida... Talvez a impotência, que a posição exigia se transformara em fúria, delegando o fim a todos os obstáculos, transformando o seu corpo em um envólucro de amor... e fraqueza. Definitivamente, só a morte poderia salvá-la daquele tormento, e ela se deixou levar... pelo grande Amor de sua Vida.  



       

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